Três respostas aos gêneros “não binários”

Três respostas aos gêneros “não binários”
Fefa Lins, Tempos de Cascata, 2021. Óleo sobre tela
  Com e contra a psicanálise. É assim que a teoria queer vem sendo percebida nos últimos anos por aquelxs que, fiéis à psicanálise, buscaram diálogo com Judith Butler, Paul B. Preciado, Eve Kosofsky Sedgwick, Teresa de Lauretis, entre outrxs. Um exemplo desse movimento de utilização e, ao mesmo tempo, crítica da psicanálise por parte da teoria queer foi revelado por Butler numa entrevista à Revista estudos feministas, em 2010: a ideia de que a psicanálise pode fornecer uma crítica vigorosa da normalização e da regulação social e observar o modo como o poder social toma forma na psique, embora não deixe de haver psicanalistas que “acreditam que a psique tem suas próprias regras, é autônoma e isolada do mundo exterior, o que seria um absurdo”.  O discurso de Butler ecoou e, nesses últimos dez anos, vimos instituições psicanalíticas saírem do isolamento e prestarem atenção às reivindicações de reconhecimento das minorias. Assistimos a aproximações entre a psicanálise e os movimentos de pessoas trans, de pessoas negras e de feministas, em publicações, colóquios, seminários e jornadas. A teoria queer  – como apontou Sedgwick em 1993, em “Queer and Now”, que se dedica a investigar, analisar e questionar as normas e as margens que elas produzem, e intervir sobre elas – tem estimulado a psicanálise a rever as relações de poder estabelecidas em seu campo teórico e institucional. A possibilidade de conceder visibilidade a analistas homossexuais, a recuperação de teóricas e teóricos negros da psicanálise e, mais

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