Racismo e homotransfobia como política de morte do governo

Racismo e homotransfobia como política de morte do governo
Memorial para as vítimas de transfobia em Copacabana, em 2017 (Foto: Tomaz Silva)
    Em 2018, já como candidato à presidência da República, o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro mostrou a que veio e afirmou que, se eleito, iria “fazer o Brasil para as maiorias. As minorias têm que se curvar às maiorias. As minorias se adequam ou simplesmente desaparecem”. Na medida em que sua candidatura ganhava força e passava a liderar as pesquisas, seus apoiadores sentiram-se autorizados a reproduzir o mesmo comportamento e passaram a atacar verbal e fisicamente as pessoas consideradas minorias sociais, em especial negras e LGBTI+.  Entendo minoria social – assim como Ettore Stefani Medeiros, no artigo “Necropolítica tropical em tempos pró-Bolsonaro: desafios contemporâneos de combate aos crimes de ódio LGBTfóbicos” (Revista eletrônica de comunicação, informação e inovação em saúde vol. 13, 2019) – “como uma voz qualitativa que envolve a ação social, ética e política de um grupo que, movido por um impulso, visa conquistar reconhecimentos identitários, transformar relações desiguais e reivindicar sua presença nas decisões de poder”. Tanto o racismo como a homotransfobia são sistemas de opressão social que pressupõem a inferiorização de um grupo dominado, marginalizando-o e estigmatizando a diferença. Às vezes, o racismo e a homotransfobia operam separadamente; às vezes, agem de maneira sobreposta, interseccional, potencializando os sistemas de opressão que incidem sobre pessoas negras lésbicas, gays, travestis e transexuais.   “Vamos matar viado!” Não há dú

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