Punição, poder e sociedade em Michel Foucault: para além de “Vigiar e punir”

Punição, poder e sociedade em Michel Foucault: para além de “Vigiar e punir”
(Foto: Off)
  Michel Foucault foi um intelectual cuja figura transcende fronteiras: acadêmicas, espaciais e temporais. Filósofo de formação, desenvolveu sobretudo pesquisas de âmbito histórico, em áreas especialmente sensíveis da vida social: loucura, doença, crime, sexualidade etc. Ao longo de uma trajetória que paulatinamente ganhou destaque internacional, Foucault também foi inovador ao construir abordagens originais dos fenômenos sociais, sendo uma das mais célebres a já amplamente conhecida “genealogia do poder”. A atuação militante do autor, por sua vez, que ganhará intensidade após os eventos de maio de 1968, vai elevá-lo à condição de intelectual público, que se manifestava e militava em favor de causas diversas, como o combate aos regimes políticos autoritários, aos maus-tratos e violências nas prisões, às práticas de internamento de doentes mentais, aos estigmas e formas de vigilância que se voltam para as condutas ditas “anormais” no âmbito da sexualidade, entre muitas outras. A postura do filósofo francês em relação ao tema da punição de certo modo reúne essas múltiplas dimensões polêmicas de sua vida e de seu pensamento, que o levaram a ser um dos autores mais conhecidos e citados nas últimas décadas, mas igualmente criticado e recusado por muitos. Vigiar e punir (1975), por sua vez, ainda é lido e relido como a síntese de seu pensamento, quer em relação à punição e às prisões, quer em relação às formas de poder em geral na vida social. No entanto, a leitura de outros trabalhos, nos quais Foucault ap

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