Pornografia e masculinidades: velhos debates, novos atores?

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Pornografia e masculinidades: velhos debates, novos atores?
No final do século 19 acreditava-se que a masturbação levava à insanidade. Dispositivos como este anel peniano eram usados para impedir que pacientes estimulassem suas genitálias (Wellcome Collection)
  Dentre as diversas facetas que o debate sobre pornografia suscita, uma delas se refere ao papel dos homens dentro da indústria sexual. Esse lugar ambíguo, contestado, marcado por acusações e, frequentemente, por culpa, no qual o homem é visto como a base para a manutenção da pornografia devido à percepção de ser o principal consumidor desse tipo de conteúdo. Parte dessa interpretação remonta a momentos históricos anteriores, como os sex wars na década de 1970, quando feministas radicais criticavam a pornografia, concebendo-a como uma fonte de opressão, violência, submissão e exploração das mulheres. Os homens, por sua vez, eram vistos como agentes na produção de desigualdades sociais que subjugavam as mulheres. Essas questões começaram a ganhar mais destaque no Brasil a partir de 2010, com a proliferação de diferentes correntes feministas, impulsionada pela expansão das redes sociais e pela tradução de textos que ainda não haviam sido publicados por aqui. Novas formas de ativismo têm ganhado espaço nas redes sociais, especialmente a partir da pandemia, em que viver de maneira mais saudável se tornou uma prioridade, dada a ameaça constante da morte por um inimigo invisível, gerando medo e pânico generalizados. Simultaneamente, as atividades e os empregos migraram para as redes, abrindo espaço para profissionais autônomos e liberais produzirem conteúdo sobre diversos temas do cotidiano, como questões sociais, meio ambiente e saúde. Os feminismos têm desempenhado um papel crucial nesse contexto, com um aumento significativo d

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