Política sexual do choque

Política sexual do choque
(Foto: Arte Revista Cult)
  Há algum tempo, vimos o conhecido apresentador e proprietário de rede de televisão chamado Silvio Santos constranger uma menina de cerca de sete anos perguntando-lhe se ela preferia “sexo, poder ou dinheiro”. Poucos dias antes, o pastor Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, manifestava-se publicamente tentando proibir a venda de uma graphic novel juvenil chamada Vingadores porque havia um beijo entre dois personagens masculinos. Na sequência, a pastora Damares Alves, ministra de Estado das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos, falou que depois de passar 24 horas com alguns jovens, eles não haviam lhe oferecido maconha, assim como nenhuma garota tinha colocado um “crucifixo na vagina”.  Os dois pastores estão acostumados a perorar contra a pedofilia, mas não se manifestaram sobre o empresário midiático, cujo discurso manifesta abuso de forma misógina e intimidadora. Já Crivella arrisca-se no oportunismo: a fala homofóbica serve para reposicioná-lo midiaticamente para as próximas eleições no contexto de seu apagamento atual como prefeito. A fala de Alves impressiona porque consegue ofender os jovens, as jovens e o próprio cristianismo em um discurso que incorre em exibicionismo e pornografia. Em todos os casos, há abuso de autoridade e agressividade. Nesses exemplos, bem como no vídeo explícito do golden shower difundido por Bolsonaro, somos vítimas de uma política sexual do choque.  O sexo surge nos três casos como objeto ou signo de mistificação pelo choque. É porque o sexo foi raptado como arma dessa polí

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