O sueco do Cinema Novo

O sueco do Cinema Novo

A exposição Arne Sucksdorff (1917-2001) – o Sueco do Cinema Novo, que acontece no Centro Cultural Banco do Brasil até o próximo dia 24, resgata seis longas e 11 curtas de um dos maiores cineastas suecos. “No início dos anos 1960, Arne já tinha os três principais prêmios do cinema mundial e um diretor como o Ingmar Bergman, que fazia filmes desde os anos 1940 não tinha”, ressalta Sérgio Moriconi, curador da mostra.

O sueco ganhou o Oscar de melhor curta-metragem em 1949, com Ritmos da Cidade. Dois anos depois, o filme O Vento e o Rio conquistou um prêmio especial no Festival de Veneza e em 1954, A Grande Aventura foi laureado com a Palma de Ouro de Cannes. Além de sua reconhecida importância para a arte sueca, Sucksdorff influenciou a história da cinematografia brasileira, ao longo dos cerca de 30 anos vividos no país: “Sua presença contribuiu para a consolidação do cinema novo”, afirma Moriconi. O cineasta trouxe equipamentos essenciais para a produção de longas, como refletores, gravadores, tripés, além de técnicas que contrariavam a maneira e o pensamento de fazer filmes da época: “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

Longas como Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, Maioria Absoluta, de Leon Hirszman e Terra em Transe, de Glauber Rocha utilizaram equipamentos trazidos por Sucksdorff. Moriconi, entretanto, ressalta a relutância na aceitação dessas técnicas: “As pessoas do Cinema Novo ficam um pouco constrangidas em reconhecer a importância de um estrangeiro para o desenvolvimento dessa vanguarda”.

Arne Sucksdorff – o Sueco do Cinema Novo
Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília
Até 24 de março de 2010
R$ 4,00

Deixe o seu comentário

TV Cult