O devir

O devir
(Foto: Arte Revista Cult)

 

Lugar de fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de dezembro de 2020 é “renascimento”.


De repente, ficamos atônitos!

Como num grande redemoinho, tudo virou.

Acontecimentos inusitados, as ruas ficaram desertas, as pessoas distantes, e o incógnito se agigantou.

Diante de uma miscelânea de informações, posturas desconexas, declarações insensatas, proteções desiguais, o futuro acenando na incerteza, avançamos no fluxo: entristecidos por aqueles que voaram, seguimos buscando alternativas, aproximações virtuais, valorizando afetos, provendo sustento, ansiando pela cura, e sobrevivendo.

Como na clássica história “Alice no País das Maravilhas” escrita por Lewis Carroll, um sonho em que fomos impossibilitados de sair, e tudo o que desejávamos era um antídoto que nos tirasse desse cenário de declínio, que nos tornasse imunes ao desconhecido e que nos transportasse para outra época.

Mas, se percorrendo esse caminho insólito, recordarmos das palavras do Coelho Branco: “É tarde, é tarde, é tarde!”, certamente, elas nos farão refletir sobre a urgência de unir forças para sairmos desse paradeiro obscuro, e sobretudo, nos farão acreditar no devir.

Sim, o acordar será libertador, um novo tempo, o renascimento virá!

A ciência retomará o seu lugar de excelência. E assim, viveremos para ver o nosso maravilhoso país usufruir de um aprendizado coletivo, se tornando mais igualitário, enaltecendo a memória, a cultura, a diversidade, e principalmente, valorizando o ser humano que o constitui.

Vanira de Souza, 54, é servidora
pública, mora em Londrina (PR)
e é formada em Letras pela UEL.

 

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