Manifesto Cult 25 anos

Manifesto Cult 25 anos

 

Há 25 anos, a Cult nascia como uma revista brasileira de literatura, expandindo posteriormente seu foco para a área da cultura em caráter mais amplo, motivada a compreender fenômenos e processos culturais sob a perspectiva do pensamento crítico e do espírito de contradição. Porque a Cult nunca foi mais do mesmo. Dossiês sobre racismo, pensamento queer, feminismo, movimento LGBTQIA+, machismo e outros temas desabusados fazem parte da linha editorial da revista, cujo diferencial é dar visibilidade ao que urge ser debatido e que está soterrado sob camadas de indiferença ou negação. De impressa, a Cult passou a ser também digital. De veículo de imprensa, tornou-se igualmente uma escola de educação informal, realizando congressos, seminários, debates e cursos livres, em autonomia ou em correalização com instituições parceiras. Ou seja, expandir-se é próprio da Cult, porque ela é um projeto que não cabe apenas em si. Ocupar áreas afins às do jornalismo cultural sério e consequente também é nosso objetivo.

Há 25 anos, a Cult é distribuída todo mês em bancas e livrarias ou entregue a assinantes de Norte a Sul do país. Idêntica a si mesma na defesa das diferenças, a revista amplifica o que é pensado e vivido – seja nos ambientes acadêmicos, seja nos meios artísticos, literários e culturais – sob o viés da contestação das ideias retrógradas e dos modos de vida dominantes, naturalizados, perversos. Por que uma revista de cultura faz questão de se posicionar publicamente à esquerda? Porque acreditamos que consciência política e sensibilidade andam juntas. A mentalidade conservadora não respeita novos modos de ser, não exercita novos modos de ver. Ambientes ásperos e reacionários não produzem afeto e paixão, matéria sedimentária de todo corpo vivo de verdade. De toda inteligência genuinamente livre.

25 anos. A mais longeva revista de cultura do país estaria comemorando apenas suas bodas de prata, não fossem também bodas de resistência. A tudo o que o país não é e está sendo. A tudo o que o cidadão não quer e com que está consentindo. Ao modo como a arte, a cultura e a educação estão sendo sangradas dia após dia e minguando. A campanha #cult25anos vai distribuir fitinhas do Bonfim com as frases: “Faça 3 pedidos para o Brasil”, “Votai por nós” e “Livrai-nos do mal”. Amarre a fitinha, feche os olhos e peça pelo país. Guiados pela fé ou pela razão. Pouco importa. O Brasil vai dar certo porque nós todos – sensíveis à beleza, defensores da diferença, contrários ao desgoverno das coisas – assim o desejamos!


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(1) Comentário

  1. A CULT é uma preciosidade em nosso país que despreza tanto o saber bem articulado e crítico. É quase perfeita! (rs). Penso que falta uma presença mais significativa de teólogos e teólogas que ajudam a pensar o país, a cultura, a filosofia, etc. Não ‘teólogos’ eclesiásticos, de ‘carteirinha’, mas teólogas e teólogos que pensam ‘fora da caixa’ – e não são poucos aqui no Brasil. (Sem falsa modéstia, sou um desses teólogos…) PS: fiz minha assinatura para contribuir com a permanência desta revista no mercado.

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