Livros para crianças que vão adiar o fim do mundo

Livros para crianças que vão adiar o fim do mundo
Ilustração de Jean-Michel Basquiat (Reprodução)
  “Trabalhar com as crianças tem sido muito importante para a descolonização da nossa sociedade.” A frase que abre esta reportagem é de Julie Dorrico, doutora em teoria literária e escritora indígena. Seria, então, a literatura infantojuvenil uma semeadura para plantar um Brasil melhor? A literatura indígena faz parte de uma mudança na produção infantojuvenil vista em livros que buscam uma ótica mais diversa, como A vida não me assusta, de Maya Angelou e Jean-Michel Basquiat, lançado pela Darkside em 2018. Essas obras vêm sendo lançadas por editoras como Malê, Oríkì e Livros da Matriz. São fundamentais para que as diferentes crianças brasileiras possam “olhar para o mundo com mais profundidade, criticidade e ter um repertório para criar um mundo possível a todes”, como afirma a jornalista, pesquisadora e editora literária Maitê Freitas. Para Julie Dorrico, que co-organizou os dois volumes da antologia Literatura indígena brasileira contemporânea (Editora Fi, 2018), os livros infantojuvenis escritos por membros dos povos originários são importantes para as crianças se formarem “sem a perspectiva forte do racismo”. Racismo, no entanto, é como definem o que encontraram no livro Abecê da liberdade: a história de Luiz Gama, o menino que quebrou correntes com palavras, de José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta, professores de literatura e leitores, além de ativistas do movimento negro e críticos literários. No Abecê, que conta a história do abolicionista e escritor Luiz Gama, crianças escravizadas aparece

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