A hora e vez da dramaturgia feminina no Brasil

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A hora e vez da dramaturgia feminina no Brasil
  Solo histórico No início da década de 1970, o crítico e ensaísta Anatol Rosenfeld escreveu um pequeno ensaio intitulado “Teatro em crise”, no qual, a despeito do grande fantasma da falência que rondava os palcos brasileiros, celebrava a surpreendente atmosfera de vitalidade que pairava sobre eles: “Diga-se o que quiser, é impossível negar que houve, ainda nos últimos anos, momentos em que o teatro, ultrapassando o âmbito estritamente artístico (e a arte teatral, quanto mais teatro e arte é, tanto mais tende a transcender-se), foi uma força das mais vibrantes, instigadoras e fecundas do movimento cultural brasileiro. Criações como Arena conta Tiradentes ou Feira Paulista de Opinião ou algumas encenações de José Celso, anteriores ao desvio de Gracias, señor (pense-se no Rei da vela ou Na selva das cidades); o aparecimento de um dramaturgo excepcional como Plínio Marcos, seguido de autores talentosos como Leilah Assunção, Consuelo de Castro, José Vicente, Antônio Bivar e outros, nem mencionando a presença atuante de dramaturgos veteranos como, por exemplo, Gianfrancesco Guarnieri (Castro Alves pede passagem), tais e outros eventos cênicos ou manifestações de criatividade, há poucos anos atrás, comprovam a vitalidade do teatro brasileiro e sua importância artística e cultural. Talvez só o surto do Cinema Novo possa comparar-se, como corrente artística compacta de grande relevância cultural, ao movimento cênico dos fins da década passada”. Podemos vislumbrar no excerto, que praticamente conclui o texto, duas questões fund

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