Espírito e matéria no pensamento imperial

Espírito e matéria no pensamento imperial
Tobias Barreto, que tentou superar o ecletismo do século 19 (Foto: Coleção Francisco Rodrigues/ Instituto Joaquim Nabuco)
  A partir da Independência do Brasil, em 1822, as obras de vários intelectuais do Império passaram a ser guiadas por um novo valor: a nacionalidade. Rompidos os laços políticos com Portugal, foram empreendidos esforços para afirmar uma nação que também fosse culturalmente independente. Na poesia e no romance, procurou-se construir uma literatura que se afirmasse como brasileira, com uma língua e temas próprios. Os historiadores, de sua parte, passaram a escrever histórias de um Brasil visto não mais como continuidade em relação à metrópole, mas como uma identidade cuja origem recuava até 1500 ou, ainda mais, até a história daqueles que passaram a ser considerados o povo originário da nova nação: os indígenas. Os índios pensados e idealizados pelos intelectuais eram peça-chave para poetas e historiadores porque lhes permitiam uma releitura do passado colonial: o Brasil já não havia mais começado com os portugueses, mas com os primeiros povos que aqui viviam. Assim, para uma nação constituir-se como independente, considerava-se que devesse ter uma literatura própria, uma história própria e um povo próprio. Embora esses pontos sejam mais conhecidos e debatidos, há outro tão importante quanto eles para estabelecer, nesse período, uma identidade nacional brasileira: a filosofia. Há várias razões pelas quais as obras de filósofos brasileiros do século 19 foram ignoradas. Em primeiro lugar, como os cursos universitários de filosofia foram criados apenas nas primeiras décadas do século 20, a formação dos filósofos brasi

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