Criolo: ‘A força do medo é a ferramenta maior do mal’

Criolo: ‘A força do medo é a ferramenta maior do mal’
O rapper Criolo, 43: 'O rap nasce do desejo de transformação, de oferecer diálogo' (Foto Gil Inoue)
  Uma porta escondida na Avenida 9 de Julho, número 610, em São Paulo, guarda a ocupação do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) desde 2016. Foi lá que Kleber Cavalcante Gomes, o Criolo, marcou a entrevista com a CULT. Com a música e o clipe de “Boca de lobo” recém-lançados, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, havia muito a ser dito. A “peça de vídeo”, lançada no dia 30 de setembro, até o fechamento desta edição, tinha passado de 1,5 milhão de views. Dirigido por Cisma (Denis Kamioka) e Pedro Inoue, traz referências que vão do assassinato da vereadora Marielle Franco à prisão de Rafael Braga, da manifestação dos secundaristas e da tragédia de Mariana ao incêndio do prédio no Largo do Paissandu, em São Paulo. É a maior crítica audiovisual da atualidade. “Passa um ano, três anos, 20 anos, 50 anos, 200 anos, 300 anos e tudo vai ficando sem resposta. Eles criam um ambiente para que a gente exercite o esquecimento. Ali é praticamente uma linha do tempo recente do tanto de coisas ruins que ofereceram para todos nós”, afirma o músico. Nascido na zona sul de São Paulo, Criolo viveu os primeiros anos em um porão no Jardim São Bernardo. Depois seguiu com a família para o Jardim das Imbuias, até chegarem ao Grajaú, onde passou a adolescência e a juventude. Foi lá que ouviu o primeiro rap, aos 11 anos, idade em que começou a escrever. Cantou aos 13, no Jardim Maracá; sua primeira vez. Mas o sucesso e o reconhecimento nacional e internacional aconteceram quando ele tinha 35 anos: “É di

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