Coronavírus e o descarte incorreto dos resíduos

Coronavírus e o descarte incorreto dos resíduos
(Reprodução)

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de abril de 2020 é “quarentena”


Nós, humanidade, levamos uma “bordoada” tão grande que ainda estamos tontos, rodopiando sem saber onde iremos cair. Isso mesmo, o planeta Terra parou, parou para enfrentar um inimigo que não conhecemos e, para piorar, não o vemos.

Como lidar com algo tão desconhecido? Nem a própria ciência consegue acompanhar a sua velocidade.

O que temos hoje é a população mundial a mercê desse inimigo que já fez milhões de pessoas chorarem pelos seus entes querido, mas também fez a alegria de quem obteve a cura.  O colapso chegou, não existe planejamento operacional, tático e muito menos estratégico. Temos as informações e dados diários e são com eles que as tomadas de decisões são realizadas, apesar de nem sempre serem as melhores para o momento.

Hoje, no Brasil e no mundo, faltam insumos básicos. Se não bastasse a falta de saúde, educação, emprego, dignidade, falta o essencial: Equipamento de Segurança Individual, conhecido como EPI. Isso mesmo! Está em falta no mercado.

Mas isso todo mundo sabe, não é novidade, não é mesmo? Meu campo de atuação profissional é a gestão de resíduos: orientar e informar como deve ser o manejo correto, desde a sua geração até a disposição final. Mas, ao longo dos anos, a teoria tem caído por terra quando lido e vivencio a realidade nua e crua. Para citar apenas um exemplo, reitero que não adianta incentivar o uso de máscaras se as mesmas não são descartadas corretamente e, tampouco, tem coletores de resíduos suficientes para acondicioná-las com as identificações corretas, seguindo a legislação.

Nas ruas de Goiânia, principalmente nas proximidades de hospitais, as máscaras são descartadas de qualquer forma, às vezes, penduradas em grades ou direto no chão e calçadas. Uma realidade que faz aumentar o colapso do coronavírus, haja vista que não se sabe se essas máscaras estão contaminadas, colocando em risco a saúde dos profissionais da higienização.

Na prática, pouco (ou quase nada) se investe em educação, especialmente, educação ambiental. Não há políticas públicas eficientes e eficazes de saneamento básico e, com isso, os resíduos são descartados de qualquer maneira e em qualquer lugar.

Letícia Marcelina Loures, 43, é administradora e gestora ambiental, presidente da Comissão de Gerenciamento de Resíduos da Associação de Combate ao Câncer em Goiás – Brasil

 

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