Céu estrelado, areia áspera e brisa salgada do mar

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de fevereiro de 2021 é “sonho”.

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A pandemia de Covid-19 sem dúvidas pegou a todos de surpresa. Lembro com clareza do dia 16 de março quando, em meio a uma aula de biologia, fui informada de que ficaria sem ir à escola por um prazo de “quinze dias”. Mas o tempo foi passando e quando chegamos ao final de julho notei que todos os planos teriam que ser mudados drasticamente.

“Sonho” com certeza é uma das minhas palavras favoritas. Em meio a tantas mudanças radicalmente impostas sem aviso prévio, inseguranças e tanto tempo de isolamento, é natural pensar ainda mais em sua vida e em projetos tanto a curto quanto a longo prazo.

Tenho sonhado com o céu estrelado, com a areia áspera e com a brisa salgada do mar. Tenho sonhado com o dia em que o fim da pandemia será anunciado; tenho sonhado com o recomeço.

Sem dúvidas o maior sonho, para bem geral da nação, é a erradicação da Covid. Porém, contra a nossa vontade, fomos “abençoados” (ou não) com algo que a maioria de nós sempre questiona a falta… Tempo. Mas para quê serve o tempo se não podemos fazer o que é necessário? Grande parcela da população não pode se dar ao luxo de parar, mas todos nós, de alguma forma, seja por escolha própria ou não, fomos acometidos por um sentimento de “e agora?”

De alguma maneira, todos paramos para questionar nossa realidade atual, nossos sonhos e metas, e reorganizá-los da melhor forma possível. O que o brasileiro mais tem feito nos últimos meses é sonhar. Sonhar com a vacina, sonhar com a recolocação no mercado de trabalho, com a abertura do próprio negócio ou com a próxima viagem.

Mesmo que por coisas distintas, o “sonhar” une cada um de nós. O ato de acreditar em um dia melhor é a motivação para enfrentar a vida em tempos de pandemia.

 

Clara Luiza, 17 anos, é de Itupeva, SP.
Trabalha em uma livraria que, aliás, é
a única na sua cidade