BAUHAUS 100: A inescapável referência

BAUHAUS 100: A inescapável referência
Tanto o abstracionismo colorido de Kandinski como os quadrados oligocromáticos de Albers são considerados Bauhaus (Foto: Reprodução)
  O que vem à mente quando se fala em Bauhaus? Um círculo azul ou um triângulo amarelo? O iPod? A onda neominimalista? Uma cadeira? Uma tipografia? À Bauhaus são creditados inúmeros feitos, da roda de cores de Johannes Itten ao progressismo étnico-cultural e de gênero, da identidade visual das placas de rua na Jordânia aos arranha-céus envidraçados de Nova York. A mais famosa escola de artes teve uma existência tão breve e turbulenta quanto a República de Weimar (1919-33), o período entreguerras na Alemanha. O micro representando o macro. Esteve sediada em três cidades, teve três diretores, foi perseguida ideologicamente e fechada pelos nazistas. Tornou-se mítica. Sua biografia breve porém densa, repleta de nomes estrelados. E, como todas as coisas que terminaram prematuramente, a Bauhaus não é vista apenas na concretude de suas realizações, mas também nas potencialidades não realizadas. As projeções sobre a influência póstuma da escola são quase totais. É como se a Bauhaus não fosse coisa em si, mas a representação da origem de tudo o que veio depois.  Busca-se, quase de forma exagerada, o toque Bauhaus em tudo o que veio depois, mesmo que seja pequeno. Elos tênues, como passagens e relacionamentos pessoais, são extrapolados para criar uma suposta genealogia da Bauhaus pelo mundo. Não é raro ver projetos feitos por indivíduos que não foram nem alunos nem professores da Bauhaus sendo chamados de Bauhaus. Uma corrente com elos, por vezes frágeis, que remontam quase misticamente à Bauhaus. Tomemos o caso da Apple, muit

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