As perdas do tempo

As perdas do tempo
(Foto: Sanah Suvarna/Unsplash)

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados por eles são publicados de acordo com um tema. O de julho de 2020 é “tempo”


Neste ano fomos surpreendidos. Nem a cartomante ou os melhores videntes poderiam prever como enfrentaríamos 2020.

Já estamos na metade do ano, nos encontramos cheios de incertezas e com algumas expectativas perante o porvir.

Meses parecem dias, estações do ano viram segundos de apreciação nas redes sociais. Difícil missão de observar um único dia sem nos contaminar com os pensamentos do amanhã.

Não me lembro quando foi a última vez que tive tempo de sobra. Agora, não sei como costurar e remendar esses retalhos.

Quem me dera ter a última palavra e somente desejar o cotidiano desgastado que eu conhecia.

O tempo não foi perdido, nossos sentimentos estão das negativas. Encarar o agora com otimismo requer anos de experiência.

Nossa existência foi cronometrada, não há tempos.

Essa insaciável busca pela produtividade não nos deixa desfrutar do doce tempo. Ficamos presos às amarras das possíveis perdas de tempo.

A maior preocupação é se manter ocupado. Não se pode ter espaços vazios em calendários.

Futuramente, eis que o emplastro vingará. Tenhamos esperanças e aproveitemos a vida.

 

Karolina Slindvain, 22, é estudante de Psicologia em São Bernado do Campo, SP

 

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