As intolerâncias da atualidade e a falta do pensar

As intolerâncias da atualidade e a falta do pensar
(Foto: Christian Cravo)

 

Lugar de Fala é o espaço dos leitores no site da Cult. Todo mês, artigos enviados pelos leitores são publicados de acordo com um tema. O de fevereiro de 2020 é “intolerância religiosa”.


Por Gisele de Souza Gonçalves

Entre o muito de que eu pouco entendo está a prepotência de alguém considerar a sua religião como uma verdade inquestionável também aos que não a adotaram como dogma. Tenho buscado compreender isso como uma fraqueza humana, a qual tem trazido prejuízo à humanidade. Estamos em 2020 e discutimos ainda a intolerância religiosa, não como fato histórico, mas como atualidade. Que tempos são estes?

Se a prática de uma religião me faz desqualificar a outra ou ainda aquele que não é adepto de alguma, o que esta prática me oferece como ser humano? 

Temos muito que pensar e dialogar sobre isso, mas quem pratica a intolerância religiosa está aberto ao diálogo? Tenho acreditado que não, penso ainda que a intolerância religiosa é uma característica de sujeitos com diversas intolerâncias, alguém que talvez não saiba o que é empatia, compreensão e autorreflexão.  

Apesar dos tempos intolerantes, sabemos que também são tempos de nos movimentar para o debate de novas formas de entender os demais e nos entender. Para os intolerantes sugiro leituras e literatura, inclusive aos cristãos – como eu –, a sugestão é que possamos ler a bíblia com mais criticidade e contextualização. E deixo aqui uma palavra cristã para reflexão: “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mateus 7:3). Estou tentando tirar a viga do meu olho e entender com mais compaixão os intolerantes, enquanto me incomoda demasiadamente ver as vítimas desta intolerância. Sigamos buscando conhecimento e esperança de dias melhores, eles virão!

Gisele de Souza Gonçalves, 36 anos, é professora e pesquisadora em Foz do Iguaçu (PR).

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