apresentação | Especial Eu sou Ruth Escobar

apresentação | Especial Eu sou Ruth Escobar
(Foto: Nair Benedicto)
  Há 40 anos o país vivia um momento decisivo. Em novembro de 1982 seriam realizadas as primeiras eleições livres depois do golpe militar de 1964, quando poderíamos escolher entre eleger governadores democráticos ou permanecer sob o jugo da direita golpista. Os movimentos de mulheres constituíam uma das forças políticas mais atuantes no longo processo de redemocratização. Para maior precisão do contexto histórico, é preciso lembrar que nem toda a militância das mulheres era feminista, o que torna a expressão “movimento de mulheres” mais condizente com as lutas pela democracia, pela anistia, contra a carestia, por creches e pelo fim da violência contra a mulher que agitaram o país entre 1975 e 1982. Ademais, era necessária certa coragem para se apresentar como feminista, dadas as variadas formas de desqualificação com que as militantes eram tratadas. O longo processo de redemocratização fortaleceu os grupos ativistas dos direitos sociais e políticos e promoveu algumas vitórias sensíveis com respeito aos direitos das mulheres. Campanhas nacionais contra a morte de mulheres por “crimes de honra” (hoje denominados feminicídios), denúncias do sexismo dos livros escolares e mobilizações para combater o assédio sexual são algumas das conquistas que marcaram o final da Década da Mulher, prolongamento do Ano Internacional da Mulher decretado em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). A transformação do contexto político resultante dessas novas militâncias – em que o feminismo marcou presença – ampliou o cená

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