A educação zapatista

A educação zapatista
Menino no caracol Resistencia y Rebeldía por la Humanidad em Chiapas (Foto: Reprodução)
  Vivi um ano em Chiapas, como pesquisadora, militante e, sobretudo, aluna do zapatismo. Além de escolas primárias e secundárias erguidas pelos e para os próprios indígenas, os zapatistas invertem a lógica colonial, construindo também espaços educativos onde educadores indígenas ensinam aos estudantes brancos. Lá, aprendi sobre o tzotzil, uma das línguas maia, em uma sala de aula sem paredes. Convivi com educadores, chamados “promotores de educação autônoma” ou, em tzotzil, jnikesvany, que significa “a pessoa que move”. Os jnikesvany de educação movem e promovem a relação com o conhecimento a partir das necessidades e perguntas dos alunos e da comunidade. “Hay que caminar preguntando”, eles dizem. Diferentemente das escolas oficiais da região, onde grande parte dos professores são de origem urbana, os educadores zapatistas são indígenas da comunidade que não perderam a relação com a terra. Não é o Mercado nem o Estado que decidem sobre a educação zapatista, mas as assembleias comunitárias. Todos os promotores de educação são nomeados nas assembleias. Há também uma comissão de educação (igualmente eleita pela comunidade) responsável por orientar e apoiar o trabalho dos promotores. Cada educador é responsável mediante a coletividade. Ao mesmo tempo, a comunidade também tem suas responsabilidades: durante o período em que os promotores se dedicam às atividades educativas da comunidade, esta deve retribuir diretamente com milho e feijão ou com trabalho coletivo na plantação da família do educador. As esco

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