Prendam a respiração, o piloto sumiu

Prendam a respiração, o piloto sumiu
(Foto: Divulgação)
  Quando o primeiro surto de Covid-19 foi identificado em Wuhan, em dezembro de 2019, todo mundo foi apanhado de surpresa. Em janeiro de 2020, o surto ganhou o status de epidemia, mas o caso era gravíssimo apenas na China. Quando a doença se tornou seríssima na Europa e no Oriente Médio, ali pela metade de fevereiro, Itália e Irã, principalmente, também foram surpreendidos. Agora, contudo, quando a pandemia chegou ao Brasil, já não há mais como alegar surpresa. Vimos como os governos da China, da Itália e da Espanha, por exemplo, projetaram políticas públicas extremamente vigorosas e consistentes, envolvendo todo o aparelho do Estado e a sociedade, para enfrentar a tragédia. Não há mais surpresa nem novidade, há apenas as alternativas entre um Estado ativo, planejado e competente ou um Estado ausente, ineficiente e inerte. O Brasil se encontra em suspense justamente para tentar entender se teremos Estado suficiente ou Estado de menos para enfrentar a tragédia. Tudo depende, todavia, de como se comporta o governo. Pois o comportamento de Bolsonaro na primeira fase da chegada do Covid-19 ao Brasil ilustra perfeitamente quem elegemos para conduzir o país. Até este momento, o presidente da República fez o contrário de tudo o que aprendemos com os governos cujas populações sofreram o flagelo antes de nós. Primeiro, ao convocar uma manifestação de massa contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) justamente quando os primeiros casos de contágio comunitário eram registrados no país. Recriminado por todos, cancelou a convocação,

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