Arte na rua

Arte na rua

Cena de “Os gigantes da montanha”, do Grupo Galpão (BH)

A partir de hoje (20/09), 18 cidades do estado de São Paulo serão palco para 21 companhias de teatro – nacionais e internacionais. A Mostra SESC de Teatro de Rua, em sua segunda edição, desloca os atores para espaços públicos e faz das vias e praças o seu principal cenário. “Percebemos uma tendência pela experimentação não apenas no teatro de rua, mas também no teatro italiano clássico. A questão do espaço é muito importante para quem está fazendo teatro hoje, e não apenas no Brasil, essa é uma tendência do teatro contemporâneo”, comenta Armando Fernandes, coordenador da curadoria assinada por 17 profissionais de todo o país.

Os mineiros do Grupo Galpão – uma das maiores companhias de teatro do país -, de Belo Horizonte, iniciam a mostra com a apresentação da metalinguística Os Gigantes da Montanha, última peça do italiano Luigi Pirandello. Nela, um grupo de teatro decadente chega a uma vila mágica governada por um mago e habitada por fantasmas nutridos por sonhos e poesia. Para Armando, a programação funciona como um conjunto e cada trabalho está ali porque contribui, à sua maneira, para a discussão de questões importantes para o teatro de rua.

Na peça Romeu e Julieta – O Encontro de Shakespeare com a Cultura Popular, por exemplo,Armando destaca que há o encontro entre o tradicional e o moderno a partir do manejo de um texto clássico atrelado à cultura popular. Uma mistura extremamente contemporânea, segundo ele. “O grupo Galpão faz o mesmo ao usar o texto clássico de Pirandello, pois aplica um tratamento que podemos entender como original”, acredita. Há também o espetáculo itinerante Fiesta, do grupo italiano Teatro Due Mondi. “Fiesta vai percorrendo as ruas, não fica parado num lugar. Vai percorrendo, interagindo com as pessoas e convidando-as a participar. No final é quase como um cortejo.”

O curador acredita que, quando o teatro vai para a rua, ele se aproxima do seu público e altera as relações estabelecidas com ele. “A relação com o público e com o espaço também é uma questão importante para quem está fazendo teatro. Cada vez interessa menos a ideia do espectador passivo e cada vez menos as companhias se interessam em estabelecer esse tipo de relação.”

Mostra SESC de Teatro de Rua
Confira a programação completa: http://goo.gl/OqgKUD

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